segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A SOCIOLOGIA DE DURKHEIM.


Embora Comte seja considerado o pai da sociologia de tenha lhe dado esse nome, Durkheim é apontado como um de seus primeiros grandes teóricos. Ele e seus colaboradores se esforçaram para emancipar a sociologia das demais teorias sobre a sociedade e constituí-la como disciplina rigorosamente científica. Em livros e cursos, sua preocupação foi definir com precisão o objeto, o método e as aplicações dessa nova ciência.
Émile Durkheim, nasceu em Epinal, na Alsácia, descendente de uma família de rabinos. Iniciou seus estudos na Escola Normal Superior de Paris, indo depois para a Alemanha. Lecionou sociologia em Bordeaux, primeira cátedra dessa ciência criada na França. Transferiu-se em 1902 para Sorbonne, para onde levou inúmeros cientistas, entre eles seu sobrinho Marcelo Mauss, reunindo-os num grupo que ficou conhecido como escola sociológica francesa. Suas principais obras foram: Da divisão do trabalho social, O suicídio, Formas elementares da vida religiosa, Educação e sociologia. Desenvolveu sua obra num período de grande crise na França. A derrota na guerra franco-prussiana e o aniquilamento da Comuna de Paris haviam deixado marcas profundas na sociedade francesa, o que exigia uma reformulação de toda a sua estrutura. Assim a preocupação de Durkheim será com a ordem social. Afirma que todos os males de seu tempo se encontram numa fragilidade da moral contemporânea. Em busca de uma solução para isso, propunha a formulação de novas idéias morais capaz de guiar a conduta dos indivíduos, cujos caminhos poderiam ser encontrados com a ajuda da ciência, por meio de suas investigações, pois os valores morais constituíam um dos elementos mais eficazes para neutralizar as crises econômicas e políticas. A partir deles poderiam se criar relações estáveis entre os homens.
Em uma de suas obras fundamentais, As regras do método sociológico, publicada em 1895, Durkheim definiu com clareza o objeto da sociologia: os fatos sociais.

CARACTERÍSTICAS DO FATO SOCIAL

1) Coerção social: Força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se às regras da sociedade em que vivem, independentemente da sua vontade ou escolha. Essa força se manifesta quando o indivíduo adota um determinado idioma, quando se submete a um determinado tipo de formação familiar ou quando está submetido a determinado código de leis.
2) São exteriores ao indivíduo: As regras sociais, os costumes, as leis, já existem antes do nascimento das pessoas, são a elas impostos por mecanismos de coerção social, como educação.
3) Generalidade: É social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria deles.
Tanto para Durkheim, como para os positivistas em geral, a explicação científica exige que os pesquisadores mantenham certa distância em relação aos fatos, resguardando a objetividade de sua análise. É preciso que o sociólogo deixe de lado suas pré-noções, isto é, seus valores e sentimentos pessoais em relação ao acontecimento a ser estudado, pois nada têm de científico e podem destorcer a realidade dos fatos. Durkheim aconselhava os sociólogos a encarar os fatos sociais como coisas, ou seja, objetos que lhe sendo exteriores, deveriam ser medidos, observados, e comparados independentemente do que os indivíduos envolvidos pensassem a seu respeito.

SOCIEDADE: UM ORGANISMO EM ADAPTAÇÃO

Para Durkheim, a sociologia tinha por finalidade não só explicar a sociedade como também encontrar soluções para a vida social. A sociedade como todo organismo, apresentaria estado normal e patológico, isto é, saudável e doentio.
Normal: é aquele fato que não extrapola limites dos acontecimentos mais gerais de uma determinada sociedade e que reflete os valores e as condutas aceitas pela maior parte da população.
Patológico: é aquele que se encontra fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moral vigente. Os fatos patológicos, como as doenças, são considerados transitórios e excepcionais.

A CONSCIÊNCIA COLETIVA

A consciência coletiva não se baseia na consciência de indivíduos singulares ou de grupos específicos, mas esta espalhada por toda a sociedade, revelando o “tipo psíquico da sociedade”, que se imporia aos indivíduos e perduraria através das gerações.
A consciência coletiva é a forma moral vigente na sociedade. Ela aparece como conjunto de regras estabelecidas que atribuem valor e delimitam os atos individuais, define o que, numa sociedade, é considerado ‘imoral”, “reprovável” ou “criminoso”.

CONCEITO DE SOLIDARIEDADE MECÂNICA E SOLIDARIEDADE ORGÂNICA

Para Durkheim, o trabalho de classificação das sociedades deveria ser efetuado com base em apurada observação e experimentação. Guiado por esse procedimento, estabeleceu a passagem da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica como motor de transformação de toda e qualquer sociedade.
Solidariedade Mecânica: é aquela que predominava nas sociedades pré-capitalistas, onde os indivíduos se identificavam por meio da família, da religião, da tradição e dos costumes, permanecendo independentes e autônomos em relação à divisão social do trabalho.
Solidariedade Orgânica: típica das sociedades capitalistas, onde, pela acelerada divisão social do trabalho os indivíduos se tornam interdependentes. Essa interdependência garante a união social, em lugar dos costumes, das tradições ou das relações sociais estreitas. Nas sociedades capitalistas a consciência coletiva se afrouxa. Assim, ao mesmo tempo em que os indivíduos são mutuamente dependentes, cada qual se especializa numa atividade e tende a desenvolver maior autonomia pessoal.

2 comentários:

  1. ESTE VÍDEO TRAZ PASSADO E PRESENTE EM UM SÓ RACIOCÍNIO O PROFESSOR EDUARDO H. BIRUEL FOI FELIZ EM SUA ESCOLHA, MUITO BEM ELABORADO E COM UMA TRANSPARÊNCIA LOUVÁVEL. PARABÉNS. AJUDOU E MUITO EM MEU TRABALHO OBRIGADA

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  2. Professor Eduardo este vídeo tem no youtube?
    Como posso usá-lo em um trabalho?
    Obrigada.

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